Pesquisa sobre a migração venezuelana no Brasil e no Equador foi lançada este mês

Diagnóstico que baseou a plataforma MigraSegura entrevistou centenas de migrantes venezuelanos no Brasil e no Equador no final de 2020. 

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 5 milhões de pessoas já saíram da Venezuela em um ritmo de migração gigantesco. No Brasil e no Equador, há mais de 680 mil venezuelanos migrantes, muitos deles sem essas informações básicas para organizar suas vidas, o que intensifica ainda mais os problemas enfrentados por essas pessoas.

O Projeto MigraSegura é uma plataforma de informações para a população venezuelana migrante que escolheu o Brasil ou o Equador como país anfitrião. Com o site migrasegura.org, é possível encontrar orientações mais fáceis de compreender sobre legislações, sobre espaços de acolhimento, indicações das redes socioassistenciais, entre outros.

Uma das primeiras ações do projeto foi tentar entender mais sobre essas necessidades de informação. Para isso, a Cáritas Brasileira e a Cáritas Ecuador com o apoio da CRS, financiadas pelo JuntosEsMejor Challenge, iniciativa global de soluções inovadoras da USAID e do BID, realizaram um diagnóstico com mais de 800 consultas nos dois países.

Neste mês, uma publicação desta pesquisa foi lançada (apenas em espanhol) e agora está disponível no site das duas organizações e também no site do MigraSegura. A partir do diagnóstico, por exemplo, sabe-se que entre os principais motivos para que as famílias deixassem a Venezuela estão: “a escassez de alimentos no país (75%), seguido pela falta de emprego (70%) e pelo acesso limitado a serviços de saúde e medicamentos (58%). As famílias entrevistadas escolheram seus países de acolhimento (Brasil ou Equador) principalmente por causa de suas melhores perspectivas de emprego (68%), seguido por uma melhor situação de segurança (47%) e melhores perspectivas educacionais para crianças e jovens (39%).”

Ainda de acordo com o diagnóstico, “cerca de 80% das famílias venezuelanas entrevistadas relataram ter a intenção de permanecer na atual cidade onde se encontram.” No entanto, antes de sua chegada aos países de acolhimento, “apenas 34% das famílias entrevistadas relataram ter tido acesso a informações sobre o novo local. Aqueles que relataram ter informações anteriores indicaram que isso os ajudou a ter uma experiência de imigração mais segura.” A grande maioria das famílias chegou aos países de origem há menos de 3 anos.

Entre outros resultados da pesquisa, de acordo com representantes de entidades chaves e cerca de 54% das famílias entrevistadas, a informação de como conseguir trabalho é a principal necessidade das famílias venezuelanas, seguida de como regularizar a situação migratória (42%) e como obter assistência médica ou medicamentos (22%).

A pandemia de Covid-19 também teve um impacto significativo na vida e no bem-estar das famílias venezuelanas entrevistadas no Brasil e no Equador. De acordo com o diagnóstico, “mais da metade das famílias (67%) relatou que pelo menos um membro perdeu o emprego durante a pandemia, ao mesmo tempo que relatou uma redução na renda familiar (67%). O aumento do estresse e da tensão para os membros da família foi relatado como o terceiro impacto principal.”

E mais:  “60% das famílias relataram que a pandemia limitou sua capacidade de acessar informações sobre os procedimentos e serviços de imigração, o que, consequentemente, fez com que atualmente tivessem sua documentação vencida ou esperassem por uma resposta aos seus procedimentos de imigração por longos períodos de tempo.”

Para conferir a pesquisa completa, clique aqui.

Capa da pesquisa lançada
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